Baía de Guanabara corre risco? UFF responde!

  • Categoria do post:UFF
  • Post publicado:20 de fevereiro de 2025
O lixo plástico é um dos principais vetores para a proliferação do mexilhão-verde na região
A poluição plástica ameaça a biodiversidade e contribui para desequilíbrios ecológicos na Baía de Guanabara

 

Um estudo recente revelou que o lixo plástico está facilitando a proliferação do mexilhão-verde (Perna viridis), uma espécie exótica e invasora, na Baía de Guanabara.

O trabalho foi publicado na revista Marine Pollution Bulletin e conduzido por Alain Póvoa, doutorando da Universidade Federal Fluminense (UFF), sob orientação do professor Dr. Abílio Soares Gomes.

A pesquisa analisou resíduos coletados em praias de Niterói, destacando os impactos ambientais dessa bioinvasão.

 

O papel do lixo plástico como vetor de espécies invasoras

Os pesquisadores investigaram como o lixo plástico serve como “balsa” para a fixação e transporte de organismos marinhos. Entre os resíduos analisados, 99% eram plásticos, como polipropileno e PET, enquanto o restante incluía madeira, metal e vidro.

Esses materiais acumulam espécies como crustáceos, moluscos e esponjas, sendo que 36,4% das espécies identificadas são invasoras.

O mexilhão-verde foi encontrado incrustado em garrafas plásticas e outros substratos artificiais, como estruturas portuárias e cascos de embarcações.

Essa espécie ocupa um espaço ecológico diferente do mexilhão-marrom (Perna perna), nativo da região.

Segundo o professor Dr. Abílio Soares Gomes: Se o mexilhão-verde se estabelecer em substratos naturais, pode eliminar espécies nativas e causar desequilíbrios na rede trófica local.

 

Impactos ambientais e desafios regionais

Grande parte dos resíduos analisados não tem origem local. Eles chegam à Baía de Guanabara trazidos pelas marés ou vindos de municípios vizinhos que enfrentam dificuldades na gestão de resíduos sólidos.

Esse acúmulo não só ameaça a biodiversidade local como também acelera processos de bioinvasão.

O estudo alerta para a necessidade urgente de monitoramento contínuo dos resíduos marinhos e implementação de políticas públicas que reduzam a produção de plástico e melhorem o descarte correto desses materiais.

 

Iniciativas para combater a poluição e preservar a Baía de Guanabara

Algumas ações vêm sendo implementadas para mitigar os impactos da poluição e proteger o ecossistema.

  • Segundo o jornal O Globo a região apresenta uma das maiores concentrações de microplásticos do mundo, com partículas provenientes tanto da fragmentação de plásticos maiores quanto de efluentes domésticos.
  • Para enfrentar esse problema, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) tem utilizado ecobarreiras que retêm cerca de 200 toneladas de resíduos sólidos por mês. Além disso, iniciativas como o concurso “Inovação em Resíduos Sólidos” buscam estimular tecnologias sustentáveis e promover a educação ambiental como política pública.
  • Já a Tribuna do Rio destaca a necessidade de monitoramento constante da proliferação do mexilhão-verde, uma espécie invasora que ameaça o litoral brasileiro.

Especialistas apontam que a falta de predadores naturais e a chegada dessa espécie por meio da água de lastro dos navios agravam o problema. Organizações como o Movimento Baía Viva defendem maior envolvimento das universidades e instituições científicas no monitoramento e controle dessa bioinvasão, além de políticas mais rigorosas para evitar novos casos.

Essas iniciativas refletem esforços conjuntos entre governo, instituições e sociedade para reduzir os impactos da poluição e preservar um dos ecossistemas mais importantes do Brasil.

 

Pesquisas futuras e soluções propostas

Alain Póvoa afirmou que pretende expandir sua pesquisa para outras áreas costeiras onde as correntes oceânicas favoreçam a chegada de lixo marinho.

Além disso, os pesquisadores defendem ações como:

  • Redução do uso de plásticos descartáveis.
  • Campanhas educativas para conscientizar a população.
  • Políticas mais rígidas para rastrear a origem dos resíduos.

 

Fonte: https://www.uff.br/

Portal Universidade

Fabio Herdy, bacharel em Comunicação pela UCAM, com 23 anos de experiência em empresa jornalística, especializado em Webwriting, tem ampla experiência em produção de reportagens escritas, audiovisuais e produção de conteúdo para redes sociais. Conheça mais em Quem Somos.

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